sexta-feira, 13 de abril de 2012

O tio Manuel



Respondi ao Paulo Reis Silva, presidente da Junta de Almoster:

Caro Paulo,

eu é que peço mil desculpas pela insistência, mas o faço não por abuso mas por ser muito curiosa para me conter. :)

Este processo de pesquisa, que estou compartilhando com os parentes que conheço aqui do Brasil, está reunindo e movimentando muita gente. Só no facebook já somos uns 40 primos.

Está sendo um resgate não só da ascendência almosteirense mas também da descendência brasileira de Júlio.

Sabiamos que o bisavô Júlio se correspondia com um dos irmãos que tinha a alcunha de "Ferreiro" mas achavamos que fosse o José. Buscamos quem houvesse mantido tais correspondências mas, pelo visto, todas foram perdidas. Agora me pergunto se não era o próprio Manuel, pois nas cartas constava exatamente esta designação. Aliás, adoramos poder ver o rosto de Manuel, esposa e filho. As fotos das lápides são um documento, um legado. Agora, com certeza, entre os oriundos haverá a discussão sobre quem se parece com o tio Manuel... Aliás, já estamos pensando em organizar um jantar dos primos e, no futuro, uma visita a Almoster.

Em sua maioria, a sucessão de Júlio reside hoje em Porto Alegre (1,5 milhão de habitantes) e Rio Grande (200 mil habitantes). Aliás, com a ajuda dos primos daqui, estou construindo a árvore de descendentes do Júlio para compartilhar com os Fernandes daí.

Muito interessante e curioso o fato de haver um dos filhos de Manuel em Santos. Saiba que minha avó, Emília Fernandes, filha de Júlio, nasceu em Santos. Foi uma das cidades pelas quais Júlio passou antes de se fixar no Rio Grande do Sul. Só desconheciamos haver parentes por aquelas bandas. O Brasil é muito extenso e as cidades são bastante distantes entre si, de Porto Alegre à Rio Grande são 320 km e, de Porto Alegre à Santos, são 1.100 km. Talvez, também por isso, acabemos por nos afastar. E quem sabe, pelo mesmo motivo, me soe tão aconchegante e tão confortável saber que, de algum modo também sou filha de Almoster, uma pequena freguesia, isto parece me levar a uma dimensão muito mais humana, a um lugar que ainda está na medida do homem.

Aguardamos, quando puderes, os contatos da prima de Almoster e do primo de Santos.

E, claro, todas estes resgatem me remetem a Fernando Pessoa, aqui nos panos de seu heteronimo Álvaro de Campos:

"Estrangeiro aqui como em toda a parte,
Casual na vida como na alma,
Fantasma a errar em salas de recordações"

Muito obrigada!

Claudia Antonini

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